quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O filhinho da mamãe

Tem coisa que se me contassem, eu não acreditaria. É só vendo mesmo!
Esse caso é uma dessas coisas que a gente só acredita quando presencia, porque afinal é tudo tão absurdo que você se recusa a acreditar.

Eu acho que toda mulher gosta de homem independente. Homem forte, decidido, que corra atrás do que quer, que seja determinado, dono do próprio nariz e que respeite sua família... Agora... uma coisa é respeitar a família, outra coisa é deixar que a família controle você. Mais especificamente a mãe.

Todos amamos nossas mães, claro. Mas hão de convir que mãe às vezes mais atrapalha do que ajuda. E com homem isso parece ser muito pior. Eu acho super válido pedir conselho e ouvir a opinião da sua mãe, mas acho que o nosso desafio maior é saber filtrar e conseguir entender até quando estamos tomando nossas decisões por nós mesmos ou extremamente influenciados pelo que nossa mamãe diz. Sim, elas querem o melhor para nós, mas nem sempre acertam.

Na vida adulta, espera-se que saibamos nos virar sozinhos, e, embora eu saiba que esse é um processo doloroso e lento, sei também que é um processo extremamente necessário para nosso amdurecimento.

Tudo isso para contar a história do Mr. Baby.

Ele é um aluno da escola onde trabalho, tem 25 anos, mora sozinho e é formado em Relações Internacionais. Acontece que ele tem um grande problema: mamãe cuida de tudo. Quando eu digo de tudo, eu digo de TUDO mesmo.

Acreditam que ontem a maluca veio aqui na escola para saber como anda o desempenho do filhinho dela no inglês? Queria ver suas notas, falar com a professora e com a coordenadora, perguntar porque o bebê dela não sabia que dia as aulas começavam...
Depois disse que o filho ficou de atestado e mandaram ele assistir as video-aulas no site da escola, mas que o certo era ele ter um acompanhamento com o professor passando a matéria pra ele - porque afinal:

- Eu conheço meu filho, ele não ia correr atrás.
- Poxa, somos todos adultos, se ele não tem interesse em correr atrás, já não tem o que fazer.
- Eu matriculei meu filho nessa escola porque disseram que os professores cobravam o dever de casa.
- Olha, o dever de casa vale nota, é certamente cobrado. Mas tem um grande abismo entre a gente cobrar uma coisa e o aluno fazer, né?
- Meu filho é tímido, tem que ficar em cima dele.

É sério, isso? Impressionante como ela trata o filho! Parece que está falando de um menino de 12 anos e não de um marmanjo de 25 com barba na cara.

Eu não conheço o sujeito, - só de vista - mas fico tentando imaginar como é essa criatura! O que mais ela faz para ele, além de ir na escolinha de inglês pegar o boletim? Será que dá comidinha na boca? Lembra a hora do remédio? Marca consulta no dentista? Liga pro pai do coleguinha quando ele dorme fora? Busca ele na balada? Faz o leite com Nescau dele, passa manteiga no pão? Será que ele é capaz de levantar um dedo sequer para fazer algo sozinho?

Mas dó mesmo tenho da coitada que se apaixonar por esse menino. Sim, porque a mãe dele não faz idéia do ESTRAGO que ela está fazendo na vida desse cara! Ele provavelmente vai ser dependente dessa mulher em tudo, vai ter que achar uma Amélia que no fim vai acabar sendo muito mais mãe dele do que esposa. E essas mães super-protetoras são as piores sogras EVER. Acham que o filhinho não faz nada de errado, que você é uma piranha que só atrapalha a vida dele, que nenhuma mulher é boa o suficiente para o príncipe dela, que ele é um retardado que precisa de ajuda até para balançar o peru depois do xixi!

É claro que ter uma mãe dessas não é escolha de ninguém, mas a sua postura em relação a isso diz muito sobre o homem que você é, afinal você escolhe quem quer ser: se você se deixa dominar por esse protecionismo exagerado, querendo aproveitar todas as regalias de mamy e deixar o processo de amadurecimento em eterno stand-by ou se você é aquele que vai deixar claro para sua mãe que você é um homem crescido e não precisa de babá 24h dizendo o que tem que fazer ou não - sem desrespeitar sua mãe, claro. Não vamos confundir as coisas!

Família é sempre um assunto complicado, passamos a vida toda tentando entender, amando e odiando ao mesmo tempo, querendo ficar perto e longe ao mesmo tempo... Mãe então, é ETERNO, mas o que também são eternas as consequências dos nossos atos, portanto, temos que pensar bem antes de deixar que outra pessoa decida nossa vida por nós!

Viva a independência!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Brincando de casinha

Gente, tô aqui para falar de um assunto bem sério. Mas por favor, não parem de ler - eu sei que vocês preferem as baixarias!

No último post falei de como as coisas que começam erradas tendem a dar errado, mas tem umas que só mesmo matando para pessoa se tocar.

Ao longo de nossas vidas, todos nós tomamos decisões importantes, certo? Decisões que mudam totalmente nossas vidas. E há alguns meses atrás, um amigo meu tomou uma dessas decisões: resolveu ir morar com a namorada - detalhe: eles estavam juntos há apenas 2 meses. Primeiro ele enfiou a namorada na casa dos pais dele, sem a maior cerimônia e só foi dar alguma explicação quando o pai o encostou na parede e disse:

- Hey, você tá achando que eu não percebi que sua namorada está tomando banho, almoçando e dormindo aqui todo dia?!

Depois de muitos desentendimentos com a família, eles resolveram alugar uma kit e morar juntos. E antes mesmo de conseguirem sair da casa da família, descobriram uma gravidez.

Devo dizer também que esse é um casal que finge viver em harmonia, mas na verdade mais brigam do que ficam de bem. É tanta briga que eu não consigo nem imaginar como passou pela cabeça deles essa história de morar juntos.

Mas ok, até aí TUDO BEM (????).

O problema é que eles querem ser adultos só na parte boa. Só na parte de poder dar umazinha a hora que quiser, de poder lavar a louça só no dia seguinte, de não ter pai e nem mãe para encher o saco com pormenores...

Em suma, estão brincando de casinha. Sabe por quê?? Porque toda briga que têm, ela liga para mãe dele para reclamar! Pode???

É um tal de "seu filho não vale nada", "Seu filho não é fácil", "ele me deixa sozinha e vai beber com os amigos", "ele é grosseiro comigo", "ele não liga para filha dele" (não nasceu ainda), "eu não aguento mais" e um blablalbla sem fim! Coitada da sogra, já está com a orelha mais que quente de ter que ouvir merda do próprio filho.

PORRA! Desculpa, mas francamente: se você decidiu casar, resolva seus problemas sozinho, sabe?! Se não estava preparada para ser adulta, então não invente de brincar de ter responsabilidade!

E sabe o que é mais irritante? É dois dias depois de uma ligação dessas para sogra, a sujeita sair postando por aí o quanto ama o marido, o quanto estão construindo um lar lindo cheio de harmonia e a paz de Jah. WHAT???? Are you kidding me??

Juro que só não falo nada porque não deixam e também porque afinal, como vovó já dizia "em briga de marido e mulher, não se mete a colher" - mas de fato, não tenho estômago para relação masoquista! E ainda um masoquismo infantil.

Todo mundo já sabe que "se conselho fossem bom, ninguém dava, vendia", por isso vou chamar isso de colher de chá de semancol: antes de resolver se amazinhar com alguém, analise se você está preparado para sair da saia da mamãe. Para assumir filho. Para pagar MIL contas com seu salário mínimo. Para diminuir drasticamente a saída com os amigos. Para perder sua privacidade de solteiro. Para não ligar para sua mãe a cada meia perdida ou cueca suja. Para sair da adolescência. Para respeitar o outro que mora com você. Para ser HOMEM de verdade e MULHER de verdade - responsável pela resolução de seus próprios problemas!